O que devo saber sobre as alergias alimentares?

A alergia alimentar (AA) é reação indesejável que ocorre após ingestão de alimentos ou aditivos alimentares, envolvendo um mecanismo imunológico com apresentação clínica muito variável. Ela provoca uma resposta exagerada do organismo a uma determinada substância (proteína) presente nos alimentos está se tornando um grande problema de saúde pública. Embora faltem dados epidemiológicos precisos, está claro que a prevalência aumentou significativamente nas últimas duas décadas nos países ocidentais, onde taxas de até 10% foram documentadas entre crianças em idade pré-escolar.

Estima-se que mais de 220 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de alergia alimentar. (DE MARTINIS et al., 2020).

A alergia alimentar inclui um amplo espectro de manifestações clínicas, que variam de formas leves com acometimento local até formas graves e potencialmente fatais com envolvimento sistêmico (choque anafilático). As manifestações clínicas podem afetar vários órgãos e sistemas, incluindo pele, intestino e sistemas respiratório, cardiovascular e nervoso.

Existem 2 tipos de alergia alimentar, a mediada por IgG e a mediada por IgE:

Mediada por IgE/ imediata os sintomas surgem de minutos a 8 horas após a exposição ao alérgeno;

Mediada por IgG/ tardia desencadeada por macromoléculas; os sintomas podem aparecer de 2 a 72 horas após o contato inicial com o antígeno.

Uma reação anafilática pode incluir as seguintes manifestações clínicas:

Sintomas cutâneos: rubor localizado a urticária generalizada, incluindo prurido palmo plantar, perioral e periorbital.

Sintomas respiratórios: de sintomas nasais até asma, descrita em 79% dos casos e associada à alta taxa de mortalidade.

Sistemas gastrointestinais: incluindo síndrome de alergia oral, náusea e dor abdominal, vômitos e diarreia. Tem sido observado que estes sintomas são preditores de progressão de anafilaxia grave.

Sintomas cardiovasculares: relatados em 17% a 21% dos casos de reações anafiláticas. Hipotensão arterial que conduz colapso vascular, síncope ou incontinência tem sido relatada (INSTITUTO ANA PAULA PUJOL, 2015).

Sintomas neurológicos: tremores, confusão mental, síncope e convulsões.

Em alguns países, os alimentos mais frequentemente responsáveis ​​por alergias em crianças são leite de vaca, ovos, trigo, peixe e marisco, amendoim, nozes e soja.  Peixes e frutos do mar, amendoins e nozes, frutas e vegetais são os alérgenos mais prevalentes em adultos.

Maçãs cruas, amendoins, amêndoas, avelãs e outras frutas da família Rosaceae são comumente implicadas em pacientes com alergia a bétula. Banana, kiwi e melão são os alimentos desencadeadores em pacientes alérgicos à ambrosia. Melão e tomate são responsáveis ​​pelos sintomas pacientes com alergia à grama. Até 50% dos pacientes com alergia ao látex podem apresentar hipersensibilidade a vários alimentos vegetais, como banana, kiwi, abacate, tomate, batata, castanha, pêssego e pimenta.

Tratamento

Depois de detectados os alimentos alergênicos por exames laboratoriais e/ou clínica (avaliação de sinais, sintomas e dos hábitos alimentares), o nutricionista deve elaborar orientações, substituições e um plano alimentar adequado para cada nível diagnosticado da alergia, sendo eles: baixo, médio, alto e muito alto.

Até o momento, não existe um medicamento específico para prevenir a alergia alimentar. Uma vez diagnosticada, são utilizados medicamentos específicos para o tratamento dos sintomas (crise), sendo de extrema importância fornecer orientações ao paciente e familiares para que se evite novos contatos com o alimento desencadeante.

O paciente deve estar sempre atento verificando o rótulo dos alimentos industrializados buscando identificar nomes relacionados ao alimento que lhe desencadeou a alergia.

Fonte: ECO DIAGNÓSTICA